A Dupla Vida de Veronique (1991)
País: França, 98 minutos
Titulo Original: La Double Vie de Véronique
Diretor(s): Krzysztof Kieslowski
Gênero(s): Drama, Fantasia, Música, Mistério, Romance
Legendas: Português,Inglês, Espanhol
Tipo de Mídia: Cópia Digital
Tela: 16:9 Widescreen
Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080
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DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA
PRÊMIOS
Festival Internacional de Cannes, França
Prêmio de Melhor Atriz (Irène Jacob)
Prêmio do Júri Ecumênico (Krzysztof Kieslowski)
Prêmio da Federação Internacional dos Críticos de Cinema (FIPRESCI) (Krzysztof Kieslowski)
Sindicato Francês dos Críticos de Cinema, França
Prêmio da Crítica de Melhor Filme Estrangeiro (Krzysztof Kieslowski)
Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, EUA
Prêmio de Melhor Música (Zbigniew Preisner )
Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos Estados Unidos
Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira
Prêmios Sant Jordi de Barcelona
Prêmio de Melhor Atriz Estrangeira (Irène Jacob)
Festival Internacional de Cinema de Varsóvia, Polônia
Prêmio do Público (Krzysztof Kieslowski)
Sinopse: Weronika (Irène Jacob) é uma jovem cantora lírica que mora em Cracóvia, na Polônia. Já Vèronique (a mesma Jacob), também amante de música, vive em Paris. Elas não se conhecem, mas sentem a presença uma da outra, muito embora não consigam explicar este sentimento. Na primeira meia hora, Kieslowski acompanha a jovem polonesa, até uma tragédia se abater sobre ela; depois, passa a espiar o cotidiano de Vèronique.
Na cena mais fascinante do filme, as duas quase se cruzam, em uma praça na Polônia, durante uma manifestação estudantil. Uma fotografia fortuita documenta a presença das duas mulheres idênticas no mesmo local. “A Dupla Vida de Vèronique” possui uma sensibilidade nitidamente européia.
A atmosfera, devido ao uso generoso de locações antigas, é de forte nostalgia melancólica. A opção por dar às imagens uma textura radicalmente verde-vermelho, que reforça e amplia esta sensação, algo que a música triste de Zbigniew Preisner define com propriedade. As duas garotas sentem na pele esta melancolia. São mulheres tristes, apesar de não compreender bem a razão disto. O estilo narrativo não é direto e objetivo, mas cheio de elipses.
As imagens vistas na primeira meia hora, aparentemente enigmáticas, vão sendo explicadas aos poucos, embora Kieslowski conscientemente evite construir um quadro completo da situação. Ele deixa inúmeras pontas soltas. A imaginação do espectador tem que funcionar para completar essas lacunas. Algumas pessoas podem achar isso ruim.
Em certa medida, “Vèronique” parece um suspense metafísico. A investigação empreendida pela personagem francesa para tentar descobrir a identidade de seu admirador secreto, que lhe envia presentes estranhos, é nitidamente inspirada em “Blow Up”, de Michelangelo Antonioni. Como nos trabalhos do diretor italiano, nenhum dos personagens de Kieslowski consegue explicar suas ações. Eles estão em trânsito permanente, sempre em busca, em movimento, e são impelidos para isto por instinto.
Não conseguem verbalizar esta busca. “A Dupla Vida de Vèronique” não é um filme de ações, mas de sensações, de subjetividades, de delicadeza e reflexão sobre vida, morte, destino e coincidência. Inteligentemente, Kieslowski se esmera na criação de imagens que reforcem a temática que aborda, mas de modo sutil e refinado. Perceba, por exemplo, como o diretor inclui muitas tomadas que mostram reflexos, espelhos e vidros.
Há diversos objetos cênicos que duplicam a figura delicada de Irene Jacob, perfeita no papel; é o caso de uma pequena bola de vidro contendo figuras humanas minúsculas, que Vèronique manuseia sempre que pode – e que a câmera de Slawomir Idziak sempre procura enfocar com destaque, como se pedisse ao espectador que não esqueça da natureza dupla da garota.
Por fim, é interessante perceber como Kieslowski consegue alinhar brilhantemente duas idéias aparentemente contraditórias, que são a crença simultânea no doppelgänger (e por conseqüência na existência de ligações emocionais entre duas pessoas que não se conhecem) e no livre-arbítrio (a noção de que cada um é responsável pelo seu próprio destino).
Weronika e Vèronique possuem o mesmo gosto musical e o mesmo problema de saúde, mas o cineasta sugere que as experiências de uma acabam sendo comunicadas à outra através desta ligação não-verbal, de modo que as ações de cada uma diante da mesma situação são ligeiramente diferentes, porque baseadas nas experiências da outra – e esta diferença minúscula pode significar, no fim das contas, a vida ou a morte. Detalhes ínfimos, parece dizer Kieslowski, decidem nosso futuro. Decidem, também, quando um filme é apenas excelente ou obra-prima, caso deste “Vèronique”.
Elenco: